Adalgisa comprou um pacote de doces caramelados. Mas, cada vez que levava um doce à boca, ele a beijava apaixonadamente. Os doces enamorados a alimentavam de um jeito que nada no mundo, nem doce nem namorado, conseguiria fazer.
Sem saber que era um sonho, só comeu um e guardou os outros para mais tarde. Acordou com as mãos e a boca vazias. E a sensação de ter sido roubada por si mesma.
Rosa Amanda Strausz
5 comentários:
Sempre me sabe bem contos que exploram essa atração por doces, guloseimas. Está na raiz da palavra "saborear" o mesmo sentido: provamos de uma boa leitura... como esta aqui. Beijos!
Tão breve, saboroso e doce que me deixou sem palavras, mas imaginando "um mundo" desses sonhos que transitam entre o efêmero e o eterno...
Um doce que beija!!! Um conto para comer com os olhos ...
Hoje ouvi encantada sua palestra na UFRJ e vim correndo conhecer seu blog. Adorei. Volto, mais tarde, com calma, para entrar na sua roda, dansar, provar guloseimas,brincar com as suas palavras. Que bom conhecer a sua leveza. Regina
Delicioso e profundo este texto. Adorei. Waldir Pedrosa Amorim
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