Antes mesmo de abrir os olhos, pela manhã, já podia senti-lo, embora fosse impossível determinar sua causa. É só uma dor de cabeça, explicava a quem perguntava o motivo dos óculos escuros.
Um dia, um daqueles dias de Y em aço cravado nos miolos, pensamentos imprestáveis, uma irritação incontida, o médico do serviço de saúde da empresa bocejando entediado:
- Não posso lhe dar mais um dia de licença. Já é o oitavo deste mês. Dor de cabeça, agora, só daqui a uma semana, entendeu?
Fez que sym com a cabeça. Sym com Y.
E retornou à sua mesa.
Rosa Amanda Strausz
Um comentário:
Sympatia de conto, apesar de doer no pobre coitado. Para o leitor, traz alívio e graça. Beijo!
Postar um comentário